4 de Julho 2006
A Lula e a Baleia fala-nos com um humor undífero dessa luta de titãs, um casal disfuncional que decide enfrentar uma ruptura já incrustada em anos de luta surda, e particularmente do impacto nos filhos. O estranho da minha experiência enquanto via o filme foi o vivenciar do ambíguo desse humor, reflexo de ter ficado literalmente entalado entre as duas perspectivas opostas que catalogam o filme: drama/comédia. De um lado tinha uma jovem (e bela...) espectadora que tem a particularidade/dom de rir do absurdo, dos inusitados comentários dos filhos, do estranho e bizarro comportamento dos pais; do outro um sénior reservado, que não alçou um esgar de sorriso até nas cenas onde toda a plateia rebentou em gargalhada. Uma das particularidades deste filme é exactamente esta ondulação mas a cada imersão no drama, o cansaço crescia...
(pausa... salta para 23 de Fevereiro de 2007)
Depois de um mergulho por outras águas, vejo-me novamente nesse lago mnésico, sentindo o ondular leve da recordação. Tem uma tonalidade quente e terna, assente no talento dessa espectadora de flutuar durante todo o filme... Como se no seu interior largos espaços pudessem albergar as diferentes sensibilidades do filme, mantendo-a balançada na corrente.
Apesar de me sentir atraído pelo fechar do comentário do filme, escolho antes terminar nesta praia: no flutuante sorriso dessa mulher...
Saturday, February 24, 2007
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